Karina, do aespa, foi anunciada recentemente como parte do lineup do Seoul Waterbomb 2025. Mas o que chamou atenção mesmo foi o uso de uma deepfake da idol na promoção do evento, gerando reações intensas entre os fãs e internautas.

| @waterbomb_official/Instagram
O uso de deepfake, tecnologia que cria vídeos falsos hiper-realistas, tem sido cada vez mais comum, mas também controverso. No caso do Waterbomb, a imagem digital de Karina foi usada para promover o festival, o que levantou debates sobre ética, consentimento e o impacto dessa prática na indústria do entretenimento.
Fãs do aespa expressaram desde surpresa até preocupação, questionando se a idol realmente aprovou essa forma de divulgação e como isso pode afetar a percepção do público sobre a autenticidade dos artistas. Afinal, será que estamos caminhando para um futuro onde as presenças digitais substituirão as reais?
Essa situação também abre espaço para refletirmos sobre o papel da tecnologia na cultura pop japonesa e coreana, especialmente em eventos que misturam música, performance e interação com o público. Será que o uso de deepfakes pode se tornar uma tendência nos festivais otaku e K-pop, ou será apenas uma polêmica passageira?
Além disso, o debate sobre deepfakes no mundo do entretenimento não é exclusivo do K-pop. No universo otaku, já vimos discussões similares envolvendo a criação de avatares digitais para eventos virtuais, como os shows de VTubers, que utilizam tecnologia avançada para dar vida a personagens animados. A diferença crucial aqui é o consentimento e a transparência: enquanto VTubers são personagens fictícios controlados por pessoas reais, o uso de deepfakes com a imagem de uma pessoa real, como Karina, levanta questões legais e morais mais complexas.
Outro ponto que merece atenção é o impacto na relação entre fãs e idols. A cultura otaku valoriza muito a conexão emocional e a autenticidade, mesmo que idealizada, entre o público e seus ídolos. Quando uma imagem digital é usada sem clareza sobre sua origem ou autorização, isso pode gerar uma sensação de distanciamento ou até traição para os fãs mais dedicados. Afinal, parte da magia está na presença real, nas imperfeições e na espontaneidade que só um ser humano pode oferecer.
Por outro lado, há quem veja o uso de deepfakes como uma evolução natural da indústria, especialmente em tempos de pandemia e restrições de eventos presenciais. Imagina só: shows onde artistas podem aparecer simultaneamente em várias cidades do mundo, ou até mesmo interagir com fãs em formatos inéditos, tudo graças a avatares digitais hiper-realistas. Essa possibilidade abre um leque enorme de inovação, mas também exige regras claras para proteger os direitos dos artistas e a confiança do público.
Vale lembrar que o Waterbomb é um festival que mistura música, arte e cultura jovem, e sempre busca inovar em suas promoções e experiências. A escolha de usar uma deepfake pode ter sido uma tentativa de criar buzz e chamar atenção, mas o tiro pode sair pela culatra se não houver um diálogo aberto com os fãs e os próprios artistas envolvidos. A reação negativa nas redes sociais mostra que o público está atento e não aceita passivamente qualquer novidade tecnológica.
Enquanto isso, outras agências e eventos no cenário K-pop e otaku observam atentamente o caso, ponderando se devem ou não adotar estratégias semelhantes. Será que veremos mais campanhas com deepfakes? Ou a indústria vai recuar diante das críticas? E como os fãs vão reagir a essas mudanças na forma como consomem conteúdo e interagem com seus ídolos favoritos?
Com informações do: Koreaboo