Anúncios controversos de aplicativos de IA invadem redes sociais

Recentemente, anúncios controversos de aplicativos que utilizam inteligência artificial para simular beijos entre duas pessoas têm se espalhado pelas redes sociais, causando desconforto entre usuários. Esses apps prometem aos fãs a possibilidade de "beijar" seus ídolos através de manipulação de imagens com IA.

Exemplo de anúncio de aplicativo de IA para simular beijos

Reações mistas e preocupações éticas

Enquanto alguns usuários demonstram curiosidade sobre a tecnologia, muitos expressaram repulsa à ideia. "Isso ultrapassa os limites do creepy", comentou um usuário no Twitter. Especialistas em ética digital alertam para os perigos desse tipo de aplicativo:

  • Violentação da imagem pessoal sem consentimento

  • Potencial para deepfakes mais perigosos

  • Normalização de comportamentos obsessivos

  • Questões legais sobre direitos de imagem

Alguns fãs argumentam que esses apps são inofensivos, comparando-os a fotos editadas ou fanarts. Mas será que essa comparação se sustenta quando a tecnologia permite criar interações virtuais hiper-realistas sem o consentimento dos envolvidos?

O lado obscuro da tecnologia de manipulação facial

Esses aplicativos utilizam avançadas técnicas de deep learning para analisar e modificar expressões faciais em fotos. O que começa como um "beijo virtual" pode abrir precedentes para usos mais preocupantes da mesma tecnologia. Já existem relatos de pessoas comuns tendo suas imagens usadas sem permissão nesses apps.

Algumas celebridades coreanas já se manifestaram contra o uso não autorizado de suas imagens. Um representante da indústria do entretenimento comentou sob condição de anonimato: "Estamos monitorando esses casos e considerando ações legais".

Como a indústria do K-pop está respondendo?

Agências de entretenimento coreanas estão em alerta máximo com a popularização desses aplicativos. A SM Entertainment, por exemplo, emitiu um comunicado oficial afirmando que "qualquer uso não autorizado da imagem de nossos artistas para fins comerciais ou de entretenimento será tratado com rigor legal". Enquanto isso, fãs organizados criaram campanhas nas redes sociais com hashtags como #RespectIdols e #NoAIKissing, pressionando as plataformas a removerem os anúncios.

Protesto de fãs contra aplicativos de IA nas redes sociais

O dilema tecnológico: inovação vs. ética

Desenvolvedores por trás dessas aplicações argumentam que estão apenas explorando as possibilidades da IA para entretenimento. "É como um filtro do Instagram, só que mais avançado", disse um representante da empresa KissAI em fórum online. Porém, psicólogos especializados em relações virtuais alertam para os riscos:

  • Criação de expectativas irreais sobre relacionamentos

  • Potencial para intensificar comportamentos de obsessão por ídolos

  • Desenvolvimento de apego emocional a simulações digitais

  • Efeitos na saúde mental de adolescentes impressionáveis

Um estudo recente da Universidade de Seul mostrou que 68% dos usuários desses apps são jovens entre 13 e 24 anos, faixa etária considerada especialmente vulnerável a esse tipo de conteúdo.

O que dizem as plataformas de redes sociais?

Até o momento, Meta (Facebook/Instagram) e TikTok não se pronunciaram oficialmente sobre a polêmica, apesar dos relatos massivos de usuários pedindo a remoção dos anúncios. Curiosamente, alguns desses aplicativos continuam disponíveis nas lojas oficiais da Apple e Google, levantando questões sobre os critérios de moderação dessas plataformas.

Especialistas em direito digital apontam que a legislação atual não está preparada para lidar com esse tipo de tecnologia. "Estamos em uma zona cinzenta onde as leis de direitos de imagem não contemplam usos hiper-realistas de IA", explica a advogada especializada em tecnologia Min-ji Park.

Com informações do: Koreaboo