O novo livro que celebra Sailor Moon
A editora La Torre acaba de lançar um novo ensaio dedicado ao fenômeno Sailor Moon, uma das séries de anime mais icônicas de todos os tempos. Intitulado "Nel nome della Luna" ("Em nome da Lua"), o livro mergulha no universo da guerreira lunar e seu impacto cultural.

Por que Sailor Moon continua relevante?
Três décadas após seu lançamento, Sailor Moon permanece como um marco na cultura pop. O que explica essa longevidade? Para os autores do ensaio, parte do sucesso está na forma como a série abordou temas progressistas para sua época:
Representação de personagens LGBTQIA+
Fortalecimento de heroínas femininas complexas
Combinação única de elementos mágicos e dramas adolescentes
Na minha experiência como fã, o que mais me impressiona é como a série conseguiu tratar de questões de identidade de gênero e relacionamentos não-binários em uma época em que esses temas eram raramente discutidos.
O legado cultural de Usagi Tsukino
O livro analisa como a protagonista Usagi Tsukino (Serena, na dublagem brasileira) quebrou estereótipos. Ao contrário das heroínas perfeitas, ela era desastrada, chorona - e profundamente humana. Essa abordagem revolucionou o gênero mahou shoujo (garotas mágicas).
Você sabia que muitas criadoras ocidentais citam Sailor Moon como influência? Desde Rebecca Sugar até a equipe por trás de She-Ra, a guerreira lunar deixou marcas profundas na animação contemporânea.
A representação LGBTQIA+ que antecedeu seu tempo
Um dos aspectos mais celebrados no livro é a análise detalhada de como Sailor Moon apresentou relacionamentos queer de forma natural, décadas antes disso se tornar comum na mídia. Os autores destacam o casal Haruka (Sailor Uranus) e Michiru (Sailor Neptune) como um marco:
Personagens abertamente em um relacionamento lésbico, sem fetichização
Haruka com expressão de gênero fluida, desafiando normas da época
A dupla como guardiãs poderosas, nunca reduzidas a estereótipos
Lembro da primeira vez que assisti a cena em que Haruka protege Michiru - foi um daqueles momentos 'aha' que me fizeram perceber como a série era diferente de tudo que eu tinha visto antes.
O impacto além dos episódios
O ensaio também explora como Sailor Moon influenciou gerações de fãs em sua autoaceitação. Em entrevistas coletadas para o livro, diversos membros da comunidade LGBTQIA+ relatam:
Como se identificaram com a jornada de autodescoberta de Sailor Uranus
O alívio de ver representação positiva durante a adolescência
A série como ponte para conversas sobre identidade com familiares
Não é exagero dizer que, para muitos de nós, Sailor Moon foi mais que entretenimento - foi um espelho que nos ajudou a nos entender melhor.
Controvérsias e censura
O livro não ignora os desafios que a série enfrentou. Em vários países, incluindo o Brasil nos anos 90, as relações entre personagens foram suavizadas ou alteradas nas dublagens. Os autores analisam:
Como as adaptações ocidentais tentaram 'heterossexualizar' certos casais
A diferença gritante entre o material original e as versões censuradas
O impacto dessas mudanças na recepção inicial da série
Curiosamente, foi justamente essa censura que levou muitos fãs a buscar o material original - criando toda uma geração de otakus mais críticos em relação a localizações.
O renascimento nos anos 2020
Com o relançamento de Sailor Moon Crystal e a popularidade nas redes sociais, a franquia vive um novo auge. O ensaio destaca como:
TikTok e Instagram recontextualizaram cenas icônicas para novas gerações
Cosplayers LGBTQIA+ usam as personagens para expressar identidade
A estética vaporwave e retro ajudou a renovar o interesse
E você, já parou para pensar quantas referências a Sailor Moon vemos hoje em dia - desde memes até moda? É impressionante como uma série dos anos 90 continua moldando a cultura visual atual.
Com informações do: Anime Click